Cuidando da saúde física e mental dos colaboradores | Arquitetos da Saúde
Entrevistas

Cuidando da saúde física e mental dos colaboradores

Como coordenadora de Saúde e Bem Estar da Klabin – a maior produtora e exportadora de papéis do país -, Susana Almeida, que tem mais de 20 anos de experiência nas áreas de saúde e benefícios, é responsável pelo desenvolvimento das ações de qualidade de vida, gestão de saúde assistencial e ocupacional da empresa. Nesta entrevista, ela nos conta sobre as ações adotadas durante a pandemia para cuidar da saúde física e mental dos colaboradores em todas as unidades do país. Conta também que a empresa optou por não postergar reajustes e nem alterar a contribuição dos colaboradores, que tiveram reforçado o atendimento em saúde primária, que demonstrou ser uma forma efetiva de cuidar da saúde, além de reduzir custos.

 

1) Como a empresa lidou com o reajuste represado e a contribuição dos colaboradores durante a pandemia?


Susana Almeida:
Optamos por não utilizar a possibilidade de postergar reajustes, caso fosse necessário, para o ano de 2021. Também não alteramos a contribuição dos colaboradores. Preferimos agir preventivamente reforçando nossos atendimentos de saúde primária. Abrimos um ambulatório na nossa sede, em São Paulo, em parceria com o Hospital Alemão Oswaldo Cruz e a operadora Sul América, com atendimentos e exames simples para colaboradores e dependentes. Na unidade localizada na cidade de Goiana, em Pernambuco, também começamos a oferecer um médico de família e uma enfermeira dentro da fábrica e reforçamos o atendimento volante de atenção primária na unidade do Paraná, que circula nas cidades onde residem colaboradores e dependentes. Nenhuma destas ações gerou qualquer custo para o colaborador.

 

2) Como percebeu o represamento em 2020?


Susana Almeida:
Tivemos uma redução de 30% nos custos de pronto socorro, o que nos apontou oportunidades para trabalharmos com outras formas de pronto atendimento que podem ser até mais efetivas, como a telemedicina. Mas, por outro lado, tivemos redução de 20% em consultas eletivas e exames, o que nos preocupou, pois percebemos o quanto o cuidado necessário não foi realizado e também que houve a escassez da prevenção. Precisaremos cada vez mais nos antecipar, adotando programas que promovam a saúde e previnam doenças.

 

3) Que ações de saúde foram desenvolvidas durante o home office?


Susana Almeida:
Uma das nossas grandes preocupações foi relacionada à saúde mental. Realizamos rodas de conversa e uma semana com webinars falando sobre sono, administração do tempo e formas de relaxamento, como técnicas de respiração. Também oferecemos terapia online gratuita a todos os colaboradores, independentemente de estarem ou não em home office. Quanto à ergonomia, além de dicas, oferecemos um treinamento e permitimos que o colaborador pudesse levar para casa cadeiras e itens ergonômicos do escritório.

 

4) Como a empresa vê a meritocracia e elegibilidade do plano?


Susana Almeida:
Mesmo sendo necessário por muitas vezes, buscamos oferecer o menor número possível de níveis por função ou cargo. Entendemos que o modelo ideal é a meritocracia, concedendo mais acessos médicos conforme a conscientização da responsabilidade do indivíduo quanto a cuidar de si. Mas isso é uma mudança cultural importante e gradual.

 

5) Vocês têm uma política diferente onde todos tenham o mesmo plano? Como vê o ideal desse equilíbrio de acesso por níveis?


Susana Almeida:
As nossas unidades estão espalhadas pelo Brasil e em municípios que nos desafiam, muitas vezes, a trabalhar com várias operadoras regionalizadas, mas isso também traz oportunidades de gestões mais próximas. Atualmente 61% dos colaboradores têm plano com apartamento, incluindo o time de operação, com custos melhores do que os planos com enfermaria em outras regiões. Portanto, eu entendo que há oportunidades de proporcionar planos mais equivalentes, mas o grande desafio é como gerir esses custos.