Startups na saúde: Quem medir desfechos e for transparente com os clientes sairá ganhando | Arquitetos da Saúde
Entrevistas

Startups na saúde: Quem medir desfechos e for transparente com os clientes sairá ganhando

1) O que fez com que você se interessasse pela área da saúde?

André Sá: A saúde é importante para todos nós. Por aqui, acreditamos que existem duas formas de mudar um país: investindo em educação e empreendedorismo. Nenhum dos dois você consegue fazer sem saúde. Por isso, montamos a Klivo, para simplificar a saúde dos pacientes crônicos. Além disso, esse setor representa 10% do PIB e está “condenado” ao crescimento devido a questões demográficas. 

Rodrigo Tanus:   Sou médico de formação e percebi, durante o meu trabalho assistencial, que existiam grandes problemas na saúde. Os três principais são: cuidados fragmentados, ausência de mensuração de resultados e alto custo. A partir daí comecei a elaborar soluções que pudessem gerar valor para os pacientes e fontes pagadoras. Além disso, resolvi encarar a dificuldade de fazer a conexão entre a atenção primária de saúde com especialidades da atenção secundária e terciária para que houvesse a integralidade da jornada assistencial de maneira horizontal, extraindo os principais indicadores para tomada de decisão.

 2)      O que tem de inovador no seu modelo?

André Sá:   Por muitos anos acreditou-se que quanto mais o paciente usasse o sistema de saúde, mais caro ele custaria. Essa situação ocasionou um aumento de custos e restrições de acesso, que acabaram por diminuir a cobertura. Aqui na Klivo acreditamos no oposto: quanto mais engajado o paciente estiver, melhor ele fica clinicamente e menos ele custa. Por isso, dizemos que a nossa disrupção está no engajamento dos nossos membros (como chamamos nossos pacientes). Nossa solução tem uma pegada high tech/high touch, onde, através da tecnologia e do cuidado humanizado, conseguimos entregar uma experiência incrível aos membros, que hoje navegam no seu dia-a-dia sozinhos e sem assistência. Nós os acompanhamos de forma contínua, usando dados para ajudá-los a tomar  decisões. O que um paciente crônico faz quando está fora do sistema de saúde 99,9% do seu tempo) é muito mais relevante para sua saúde do que o que ele faz quando está dentro o sistema. A única forma de fazer isto é com tecnologia, mas sem esquecer do cuidado humanizado.

Rodrigo Tanus:   Desenvolvemos uma metodologia do cuidado, integrando as equipes assistenciais com os pacientes através de um modelo híbrido, físico e digital. Desenvolvemos nossas próprias ferramentas tecnológicas a fim de suprirmos demandas relacionadas aos atendimentos, comunicação e mensuração das ações realizadas. Esta metodologia foi fundamental para nosso aprendizado nos clientes empregadores, onde encontramos um cenário de altíssimo custo no orçamento benefício, mas também um gasto considerável e pouca entrega de valor dentro da saúde ocupacional. Foi aí que grande parte do nosso modelo de cuidado evoluiu, pois fizemos uma integração em saúde ocupacional e assistencial, otimizando os recursos, mensurando ambas as jornadas dos colaboradores e visualizando qual seria o plano de ação para melhores desfechos clínicos, aumento de produtividade, redução dos afastamentos e absenteísmo. Este modelo híbrido, que envolve atendimentos presencias nas unidades ambulatoriais das empresas, ou nas clínicas próprias da Livon, somado à telemedicina, oferece todas as portas de entrada necessárias para que os colaboradores tenham proximidade com seu time de cuidados, médicos, enfermeiras, nutricionistas e psicólogos, entre outros.

3)      Como medir de forma isenta e técnica o resultado do que têm a oferecer?

André Sá:   Acompanhei o mercado financeiro, que vem sendo transformado pelas fintechs – startups voltadas à inovação nos serviços do sistema financeiro –  e observo grande similaridade entre ele e o setor de saúde, principalmente o tabu relacionado à falta de transparência ocasionada por asteriscos e letras pequenas que passam despercebidos. Acreditamos que a disrupção que aconteceu por lá também acontecerá aqui, então quem medir os desfechos e for transparente com os clientes sairá ganhando. Medir e publicar indicadores será chave para o sucesso de qualquer empresa no setor. O cliente pagador exigirá isto, pagará por desfecho e resultado, alinhando os interesses na cadeia.  Afinal, é assim que se constrói uma relação duradoura e de confiança. Muitas soluções surgiram, como a dos Arquitetos da Saúde, e terão um valor enorme para que os pacientes possam tomar melhores decisões.

Rodrigo Tanus:   Através da transparência que nossas plataformas promovem, por ser LGPD compliant, pacientes, profissionais de saúde, gestores das empresas e operadoras, têm acesso a informação em tempo real das nossas ações, com os indicadores (KPI’s) relevantes em cada cenário.
Como temos ferramentas para medir resultados clínicos, custo assistencial, e experiência dos pacientes, há um claro diagnóstico sobre nossa performance para os clientes.