O que revela a nova edição da pesquisa "Valor na Prestação de Serviços de Saúde" | Arquitetos da Saúde
Valor da Saúde

O que revela a nova edição da pesquisa “Valor na Prestação de Serviços de Saúde”

Conheça os índices que mostram como empresas contratantes de planos de saúde se relacionam com a geração de valor na cadeia como um todo

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A Arquitetos da Saúde acaba de divulgar a segunda edição da pesquisa “Valor na Prestação de Serviços de Saúde”, uma iniciativa para conhecer melhor os anseios e impressões das empresas contratantes de planos de saúde.

A pesquisa completa está disponível neste link e também foi apresentada em um webinar realizado no último dia 13.

Fabio Rocha, do Ibravs (Instituto Brasileiro de Valor em Saúde), participou das discussões. O objetivo da pesquisa é justamente fazer um raio-X de como os contratantes avaliam o valor na prestação de serviços da saúde.

O conhecimento e ampliação dos valores gerados é benéfico para toda a cadeia à medida em que representa um ganho de qualidade para os prestadores e seus clientes, movimentando o ecossistema como um todo e beneficiando, na ponta, o usuário dos serviços.

Da mesma forma, é importante conhecer o estágio atual das discussões e desafios relacionados ao valor em saúde na ótica de quem financia grande parte do sistema – os contratantes. Lembrando que cerca de 80% dos planos de saúde no Brasil são planos coletivos, contratados por empresas.

A pesquisa

A pesquisa envolveu 58 respondentes, representantes de empresas de todos os portes e setores. Juntas, elas somam 681 mil vidas, o equivalente a 1,4% dos beneficiários de planos de saúde corporativos no Brasil.

A segunda edição da pesquisa trouxe algumas mudanças em relação à primeira, divulgada no ano passado. Isso porque foram incluídas questões a respeito da pandemia da COVID-19, que em março do ano passado ainda estava em um estágio inicial.

Insights

Os principais insights da pesquisa dizem respeito à falta de cuidado e conhecimento das empresas principalmente em relação aos corretores e à desconsideração da qualidade da rede credenciada como critério para a contratação dos planos.

No primeiro caso, a pesquisa mostra que 51% dos respondentes válidos não têm um SLA (Service Level Agreement, ou, em português, Acordo de Nível de Serviço) com seus corretores. A porcentagem de ausência do contrato é maior entre empresas com menos de 1.000 vidas (37,4%), enquanto nas maiores, com mais de 1.000, a taxa é de 62,1%.

Além disso, 63% dos respondentes válidos trabalham com corretores pagos pelas operadoras, mas não sabem quanto eles recebem.

“Fica difícil medir o valor se estamos tão distantes de medir minimamente o fator e o denominador desta equação da relação das empresas com seus corretores. Olhando nos detalhes, faltam definições básicas”, afirma Adriano Londres, um dos sócios-fundadores da Arquitetos da Saúde.

Critérios

Outro ponto de atenção é a falta de conhecimento das empresas contratantes a respeito da qualidade do atendimento da rede de prestadores que atende ao plano contratado.

Entre empresas com menos de 1.000 vidas, todas que responderam a pesquisa disseram que não foram informadas a respeito de itens como desfechos clínicos da rede e certificações recebidas pelas instituições credenciadas.

Além disso (e talvez por causa disso), os gestores não enxergam esses itens como essenciais na contratação dos planos. A maioria considera fatores como a proximidade da residência ou do local de trabalho dos colaboradores em relação aos serviços credenciados mais importantes.

“Isso não é culpa das empresas, porque esse tipo de informação sobre indicadores de qualidade é de fato pouco divulgado. Cabe às instituições credenciadas melhorarem sua comunicação em relação a isso para a geração de mais valor”, afirma Luiz Feitoza, também sócio-fundador da Arquitetos da Saúde.

Conclusão

Para Fabio Rocha, da Ibravs, a pesquisa, a exemplo do que já aconteceu no ano passado, mostra que é preciso repensar o modelo de prestação de serviços em saúde.

“Hoje temos um modelo orientado pela gestão dos serviços. A orientação tem que ser pela entrega de valor. Gerar informações e mostrar os benefícios. Não conhecemos os desfechos. Quantos colaboradores tiveram o que queriam quando buscaram atendimento?”, questiona.

Para Adriano Londres, a solução passa por levar conhecimento técnico para quem está contratando. “Isso eleva a régua de eficiência do processo como um todo, e vai interferir na ponta para o beneficiário”, diz.

Veja abaixo o webinar em que os dados foram apresentados:

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