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Caso Prevent Senior: a importância de medir valor em saúde

O que o caso Prevent Senior têm a ensinar sobre a importância e de mensurar a qualidade do atendimento médico.

Por que é importante medir valor em saúdePor que é importante medir valor em saúde

Recentemente temos sido inundados com notícias a respeito das investigações sobre a atuação da Prevent Senior com seus pacientes na pandemia da COVID-19. De maneira técnica e equilibrada, esperamos que os fatos em questão sejam apurados, assim como as penalidades cabíveis.

O caso, a despeito de toda a seriedade envolvida, nos desperta a atenção para um assunto do qual tratamos há um bom tempo: a importância de medir valor em saúde. Neste artigo, pretendemos tomar a crise como exemplo e retirar alguns ensinamentos para o setor de saúde suplementar como um todo.

Mas calma. Até chegarmos lá vamos falar antes sobre alguns conceitos para contextualizar o debate de forma adequada.

Modelo de sucesso

Não é de hoje que as chamadas operadoras verticalizadas estão nos holofotes, por diferentes motivos. A própria Prevent Senior até então era vista como um case de sucesso no mercado da saúde. A empresa conseguiu adotar um modelo lucrativo e atrativo no atendimento de idosos – fatia geralmente indesejada pelas demais operadoras que atuam no mercado.

Dado a correlação de maior demanda quanto maior a idade, os planos de saúde para idosos necessariamente são mais caros, mas a Prevent Senior conseguiu adotar um sistema economicamente viável para essa faixa etária.

Outro exemplo de verticalização é o GNDI (Grupo Notre Dame Intermédica), que atualmente é a maior operadora de saúde do Brasil passando recentemente a Bradesco Saúde. Seus bons resultados em detrimento de outras gigantes do mercado atestam o sucesso econômico do modelo verticalizado no País.

Como funciona

Verticalização ocorre quando uma operadora investe em estruturas próprias e integradas de serviços médico-hospitalares o que permite o alinhamento dos incentivos dos elos da cadeia sobre a perspectiva de seus interesses. Se de um lado isto evita a superutilização de serviços que ocorre nos demais modelos, de outro isto pode levar a subutilização de serviços.

Quer dizer: os dois modelos não são perfeitos mas são o que existem, e continuarão existindo. Como, então, garantir a entrega de resultados que importam para o cliente final (o paciente)?

Valor em saúde

A resposta está em medir valor sobre os serviços entregues. Verticalizadas ou não, as operadoras de planos de saúde no país, pecam por não mensurar o valor dos serviços que entregam. Em suma, medimos custo mas não qualidade.

Quando falamos de qualidade estamos nos referindo a experiência do paciente assim como em desfecho clínico. Desfecho clínico é aferido em relação a uma trajetória ligada a uma condição de saúde e ao procedimento. Dito de outra forma, qual foi o ganho de qualidade de vida do paciente a partir de um determinado cuidado? 

Adriano Londres, nosso cofundador, falou sobre isso neste artigo.

“Num cenário de restrições econômicas por parte de indivíduos e empresas que contratam planos de saúde, podemos dizer que as operadoras verticalizadas tem vencido o que chamo de ‘batalha de preços’, mas é impossível afirmar que estas, assim como as operadoras não verticalizadas, que fique claro, vencerão a ‘guerra de valor’. Simplesmente porque ainda não medimos de forma isenta e técnica qual a qualidade dos serviços prestados. Em tempo, se medimos, não divulgamos”, diz Adriano.

Incógnita

A pergunta que fica é: por que o valor não é mensurado? Há de fato uma dificuldade no processo, que pressupõe a elaboração de um plano estratégico de longo prazo com a participação de todos os elos que compõem a cadeia de cuidado.

Mas a necessidade é adiada simplesmente porque, de uma forma ou de outra, o mercado todo tem sobrevivido bem sem esses dados. Pecam os contratantes por irem além de uma simples avaliação de preço e rede, demandando informações fundamentais que contribuam para uma melhor tomada de decisão.

A conclusão a que queremos chegar é que fica latente que, num cenário como esse, a mensuração de valor é importante para que o beneficiário não tome sua decisão baseada apenas em preço e rede credenciada. Que é o que acontece hoje.

Informação é tudo

Ainda no caso Prevent Senior, é inevitável imaginar que, sem medir e/ou compartilhar de forma transparente os critérios do valor gerado ao paciente, a operadora (como todas as outras) não tem fatos bem constituídos para não apenas se blindar das críticas como demonstrar de forma efetiva o resultado de suas ações em prol ao melhor atendimento do seu beneficiário de plano de saúde.

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