Os anos pós-pandemia têm sido especialmente duros para contratantes de planos de saúde empresariais. Custos altos, reajustes elevados e um desalinhamento de expectativas generalizado em relação aos recursos desprendidos e índices de satisfação do usuário.
Diante do início de um novo ano – lembrando que a pandemia começou em março de 2020 – é impossível não questionar: como será 2024 para empresas contratantes de planos de saúde? Principalmente em relação aos reajustes, como deve se comportar o mercado?
É isso que tentaremos responder neste texto. Nos acompanhe na leitura!
Um breve histórico
Assim como uma série de TV com muitas temporadas, a história recente da saúde suplementar no Brasil merece uma recapitulação.
Em 2020, ano da pandemia, muitos procedimentos (como cirurgias eletivas, consultas e exames) foram suspensos para abrir espaço ao tratamento de pacientes com covid-19. Embora o volume de atendimentos de doentes tenha sido alto, houve uma queda considerável nos custos em relação a outros procedimentos que deixaram de ser feitos.
Isso levou, em 2021, ao primeiro reajuste negativo da história para planos de saúde individuais (contratados por pessoas físicas). E as operadoras comercializaram planos com base na sinistralidade de 2020 – que estava baixa. Ao mesmo tempo, houve um aumento da demanda por planos, provocada também pela covid-19, especialmente para PMEs – essencialmente, pessoas físicas que têm CNPJ.
Entre 2021 e 2022, o mercado ganhou cerca de 2 milhões de novos usuários, mas que pagaram preços irrealistas pelos planos. Então, nos últimos dois anos foi hora de pagar a conta. Literalmente. Os reajustes para planos de saúde empresariais atingiram níveis recordes, acima dos 20%, ao mesmo tempo em que as operadoras amargaram prejuízos também recordes.
Esse movimento de perdas já tem mostrado uma discreta reversão até o 3º trimestre de 2023 – ainda que os resultados operacionais de boa parte do mercado de saúde suplementar mantenha-se em déficit.
Reajuste de planos de saúde em 2024
Os indicadores mais recentes apontam para uma estabilidade do cenário para 2024, com as operadoras ainda tentando recuperar as perdas dos últimos anos, mas sem a sangria desatada do ano passado.
Ou seja: os reajustes devem continuar no patamar dos 20%, mas haverá mais espaço para negociação, principalmente para contratos que mantiveram o equilíbrio da sinistralidade ou foram afetados por casos isolados.
Ainda assim, espera-se reajustes na casa dos dois dígitos. Lembramos que em 2023 as operadoras chegaram a abrir mão de clientes com contratos deficitários, em que nem mesmo os reajustes elevados conseguiram tornar a operação compensatória.
Neste ano, a tendência é que as operadoras reabram seus canais para negociação – e caberá a você, gestor, aproveitar esses espaços.
Copo meio cheio ou meio vazio?
A manutenção de reajustes nesses patamares, considerados elevados, pode parecer uma má notícia para as empresas contratantes. Mas, analisando o cenário em nível macro, entendemos essa movimentação como oportuna.
Os reajustes de planos de saúde empresariais têm crescido desde 2018 – por isso, a manutenção dos mesmos níveis de 2023 é um bom indicativo. Em mercados mais disputados, como nos grandes centros, será possível buscar índices melhores de reajustes, ou serviços melhores para os beneficiários.
No mercado de saúde suplementar, nada é da noite para o dia. As mudanças demoram – principalmente para benefício dos contratantes -, mas o cenário atual demonstra um claro ponto de transição. Nesta conta, ainda devem entrar a inflação geral do país, que está estabilizada, e boas perspectivas para a geração de empregos, o que significa mais clientes para as operadoras.
A orientação geral para gestores de planos de saúde é: prepare-se para manter custos elevados com o plano, mas aproveite o ambiente geral para buscar melhores índices de reajuste ou planos melhores mantendo o mesmo nível de gastos.
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