A Variação de Custos Médicos-Hospitalares (VCMH) é um dos indicadores mais importantes para a saúde suplementar. O índice é um dos principais gatilhos para os reajustes dos contratos dos planos de saúde empresariais, e por isso, é muito aguardado.
Ainda não temos os dados fechados pela ANS para o cálculo da VCMH 2022. No entanto, já é possível identificar uma movimentação preocupante do índice com base nos dados disponíveis até o terceiro trimestre do ano.
É sobre isso que falaremos neste artigo.
VCMH Brasil
A VCMH é medida anualmente pela Arquitetos da Saúde desde 2014. Embora seja um indicador essencial para as operadoras e contratantes de planos de saúde coletivos, sua divulgação não é padronizada.
Cada operadora utiliza o seu indicador para a VCMH, enquanto os institutos representantes do setor medem a VCMH por amostragem. A ANS mede a VCMH apenas para os planos individuais e sua metodologia considera outros aspectos, além da variação de custo.
A Arquitetos da Saúde calcula a “VCMH Brasil” para 100% dos beneficiários de planos de saúde no país, há sete anos, sem cortes, sem viés e com a melhor técnica possível. Acreditamos que essa é uma importante contribuição para o mercado.
Isso porque gestores de todos os elos da cadeia produtiva da saúde suplementar podem utilizá-lo. Isso porque o índice é amplo e não é representado por qualquer integrante dessa mesma cadeia.
VCMH 2022
Atualmente aguardamos os dados fechados de 2022, mas já é possível observar que vem aí mais uma VCMH inédita. Isso em função do contínuo crescimento da base de beneficiários e a dificuldade de repasse de custos ao contratante por reajustes compatíveis com o reequilíbrio da sinistralidade.
Por exemplo: o número de vidas aumentou 3,5% de janeiro a setembro de 2022 na comparação com 2021, enquanto a receita aumentou apenas 0,3%.
Esse desarranjo é inédito e levanta muitas questões. Incluindo o fato de que a nova base de vidas provavelmente teve um valor per capita mensal de receita muito menor que o estoque de beneficiários das operadoras no período anterior. Lembrando que, com certeza, esse valor já contempla os reajustes anuais aplicados a diversos contratos coletivos.
Já a despesa assistencial aumentou apenas 5,4%. Isso resulta em uma VCMH de apenas 2,19% se diluída pelo período efetivo de contribuição dos beneficiários entrantes – que somados a cada novo trimestre formam 1.279.213 novas vidas.
Por que a VCMH 2022 tende a ficar tão baixa?
O que explica esse movimento atípico é o downgrade dos planos de saúde. Quer dizer: há mais beneficiários, mas que estão pagando menos.
Falamos um pouco mais sobre isso, tirando algumas conclusões, em um webinar que apresentamos recentemente. Veja clicando no vídeo abaixo:
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