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Saúde mental no trabalho: está na hora de você se preocupar com isso

Atualização da NR-1 não deixa mais espaço para desculpas: empresas terão que se adaptar para oferecer um ambiente de trabalho mais saudável.

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A saúde mental dos colaboradores deixou de ser um tema secundário para se tornar uma responsabilidade direta das empresas. Com a recente atualização da NR-1 (Norma Regulamentadora nº 1), que exige um plano de gerenciamento de riscos psicossociais até maio de 2025, gestores de RH e responsáveis pela gestão do plano de saúde precisam agir agora -se já não o fizeram – para garantir um ambiente de trabalho mais seguro e produtivo.

Burnout, estresse crônico e assédio não são apenas desafios individuais. São problemas organizacionais que afetam diretamente a produtividade, aumentam o absenteísmo e elevam os custos com afastamentos e benefícios de saúde. Além disso, empresas que não se adequarem às novas exigências podem enfrentar multas, sanções administrativas e até interdições.

Neste cenário, investir em ações eficazes para a prevenção e gestão dos riscos à saúde mental é mais do que um dever legal: é uma ação estratégica para a sustentabilidade do negócio. Mas como estruturar essa mudança dentro da sua empresa? E quais medidas são realmente eficazes? É sobre isso que vamos falar a seguir.

O que é a NR-1 e como ela passou a considerar a saúde mental?

A NR-1 estabelece as diretrizes gerais sobre segurança e saúde no trabalho, incluindo regras para a gestão de riscos ocupacionais nas empresas. Em agosto de 2024, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) atualizou essa norma para incluir, pela primeira vez, a obrigação das empresas de gerenciar riscos psicossociais, ou seja, fatores no ambiente de trabalho que podem afetar a saúde mental dos colaboradores.

Com a mudança, as empresas têm até o dia 26 de maio de 2025 para implementar um plano de gerenciamento de riscos voltado à saúde mental. Isso significa que agora os empregadores precisam identificar, avaliar e adotar medidas para mitigar problemas como sobrecarga de trabalho, assédio moral e sexual, estresse ocupacional e síndrome de burnout.

Na prática, essa atualização exige que as empresas apresentem dois documentos fundamentais:

  • AET (Análise Ergonômica do Trabalho), que passa a abranger aspectos relacionados à saúde mental.
  • GRO (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais), um plano estruturado para prevenir e reduzir riscos psicossociais.

A fiscalização será realizada pela Auditoria Fiscal do Trabalho, e empresas que não cumprirem as novas regras podem ser penalizadas com multas ou, em casos graves, até interdição de setores ou operações.

E o que isso tem a ver com os planos de saúde?

A inclusão da saúde mental na NR-1 tem um impacto direto na forma como as empresas gerenciam seus planos de saúde. Os produtos oferecidos aos colaboradores devem ter uma boa rede para consultas psiquiátricas, terapias e internações relacionadas a distúrbios psicológicos.

Somadas às novas exigências advindas da NR-1, já temos impactos recentes nos custos dos planos de saúde em função do fim do limite de sessões em terapias, como mostramos no nosso levantamento sobre a VCMH Brasil AQS 2024 (Data-base 2023). Isso pode se traduzir em maiores custos para as empresas, por meio do aumento da sinistralidade e, consequentemente, refletindo nos reajustes dos planos de saúde.

Qual é a saída?

A saída para uma solução eficaz contra problemas de saúde mental é, como sempre, arregaçar as mangas. Para atender às novas exigências da NR-1 e, ao mesmo tempo, promover um ambiente de trabalho mais saudável, as empresas podem adotar algumas estratégias:

Diagnóstico e monitoramento contínuo

  • Aplicação de pesquisas internas, como clima organizacional e bem-estar mental, para identificar fontes de estresse e insatisfação no trabalho.
  • Monitoramento da sinistralidade e dos tipos de atendimentos mais comuns para identificar padrões de adoecimento mental.

Criação de um ambiente organizacional saudável

  • Evitar sobrecarga, jornadas excessivas e metas inatingíveis.
  • Modelos de trabalho híbrido e maior autonomia nas tarefas podem reduzir o estresse.
  • Gestores capacitados em saúde mental e escuta ativa são essenciais para prevenir conflitos e promover o bem-estar.

Implementação de programas de suporte à saúde mental

  • Implantação de um Programa de Assistência ao Empregado (PAE), oferecendo suporte emocional com psicólogos e terapeutas.
  • Campanhas internas sobre prevenção ao burnout, manejo do estresse e combate ao assédio moral e sexual.
    Espaços seguros para que os colaboradores possam relatar problemas sem medo de retaliação.

Revisão e adaptação dos benefícios corporativos

  • Atendimento psicológico online pode facilitar o acesso ao suporte emocional.
  • Eventualmente, ainda para facilitação de acesso dos colaboradores, as empresas podem negociar com operadoras a ampliação da rede credenciada de psicólogos e psiquiatras.
  • Programas de bem-estar, como ginástica laboral, mindfulness e incentivo à prática de atividades físicas.

Cumprimento das exigências legais da NR-1

  • Atualização da Análise Ergonômica do Trabalho (AET): Identificar e mitigar fatores que afetam a saúde mental.
  • Implementação do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO): Criar planos de ação específicos para minimizar riscos psicossociais.
  • Capacitação da equipe de RH e compliance: Garantir que todos os profissionais responsáveis pela gestão de pessoas estejam alinhados às novas exigências.

Benefícios reais

Tudo isso passa pelo combate à uma forte cultura, ainda presente em muitas empresas, de que saúde mental é “frescura” ou algo menor, não prioritária. Também é preciso combater a ideia de que produtividade está atrelada à quantidade de trabalho, e não à qualidade dos processos. A chave, aqui, é ser mais eficiente.

Ao implementar medidas eficazes de prevenção e gerenciamento dos riscos psicossociais, as empresas podem reduzir afastamentos e custos com tratamentos, uma vez que menos adoecimentos resultam em menor uso do plano de saúde e, consequentemente, menor impacto financeiro.

Além disso, a sinistralidade tende a diminuir, já que a redução no número de atendimentos e até mesmo a chance de agravamentos que desdobram em internações por questões psicológicas evitam aumentos expressivos nos reajustes dos planos empresariais.

Um ambiente de trabalho mentalmente saudável reduz a necessidade de intervenções corretivas, permitindo um direcionamento mais eficiente dos recursos do plano.

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