Uma boa gestão do plano de saúde começa por uma boa escolha do produto. Que deveria levar em conta a busca por qualidade. Parece óbvio e simples, não? Mas podemos dizer com bastante segurança que não é o que acontece com a grande maioria dos contratantes de planos empresariais.
É claro que os gestores fazem as suas escolhas após alguma avaliação, mas… Que critérios são usados? A gente responde: em grande parte, é uma decisão baseada na tríade custo, rede credenciada e reembolso.
Neste texto, falaremos sobre porque isso é um problema e que, embora haja um déficit em avaliadores de qualidade no mercado, há sim alguns indicadores que podem (e devem) ser levados em conta para a contratação de planos de saúde.
Qualidade dos planos de saúde
Para facilitar sua jornada por este texto, sugerimos a seguinte organização de assuntos:
- A importância de medir qualidade
- Indicadores para levar em consideração
– IDSS
– Acreditação de operadoras
– Acreditação hospitalar
– Certificação de Boas Práticas - Conheça sua operadora
- Fale com a Arquitetos da Saúde
A importância de medir qualidade
Quem acompanha a Arquitetos da Saúde sabe que batemos sempre na tecla da geração de valor em saúde. Conduzimos uma grande pesquisa anual a respeito e defendemos que a melhora do sistema como um todo passa por iniciativas que aprofundem a análise sobre resultados de todos os elos da cadeia.
Por exemplo: conhecemos pouco (ou quase nada) sobre desfechos – o que de fato acontece com o beneficiário depois que ele procura atendimento. O resultado do serviço prestado. Ele tem seu problema resolvido? Ainda temos um modelo de remuneração para prestadores baseado no volume, e não nos desfechos. O quantitativo vale mais que o qualitativo.
Por isso, atuar com base em indicadores de qualidade, mesmo que mínimos, é importante. E essa atitude tem que partir dos contratantes de planos – que são quem financiam o sistema, literalmente. É uma forma do mercado começar a entender que “o que” é mais importante que o “quanto”.
Indicadores para levar em consideração
Como dissemos, embora as iniciativas para mensuração de qualidade ainda sejam insuficientes, há uma série de indicadores que podem ser considerados na hora de buscar um plano de saúde. Vamos aos principais:
IDSS
O IDSS é um indicador da ANS para a avaliação anual do desempenho das operadoras de planos de saúde do Brasil. O índice é composto por quatro dimensões (qualidade em atenção à saúde, garantia de acesso, sustentabilidade do mercado e gestão de processos e regulação). Todos eles envolvem um conjunto de 33 indicadores. Cada dimensão tem um peso e, no final, esses dados são analisados e a operadora recebe uma nota que vai de 0 (pior desempenho) a 1 (melhor desempenho).
Em 2021 (dados mais atualizados disponibilizados pela ANS), o IDSS médio foi de 0,8128, entre 902 operadoras analisadas.
O IDSS pode ser útil ao gestor para comparar a sua operadora com outras do mesmo segmento ou fortes concorrentes, principalmente durante um processo de mudança do plano médico. Para consultar o IDSS das operadoras de planos de Saúde, basta acessar o site da ANS, clicando aqui.
Acreditação de operadoras
O Programa de Acreditação de Operadoras, da ANS, foi implementado em 2014. Em 2020, a Resolução Normativa 507 atualizou os critérios de certificação de boas práticas em gestão em saúde e de gestão no âmbito organizacional.
Um dos principais avanços é na pontuação, onde não existe mais meio termo. O item é ou não é atendido, excluindo a opção de ser parcialmente atendido. Na antiga resolução, havia uma margem interpretativa que permitia pontuar no item mesmo atendendo parcialmente o caso do beneficiário.
Além disso, para ser acreditada, a operadora deverá atingir pontuação mínima de 70 (setenta) pontos em cada uma das quatro dimensões, independentemente da nota final.
A acreditação é dividida em três níveis:
- 1º nível: operadoras com nota final igual ou maior que 90, conformidade de 80% no nível de excelência e IDSS acima de 0,8 estarão classificadas no primeiro nível;
- 2º nível: operadoras de saúde que obtiverem uma nota final de avaliação entre 80 e 90. Esse nível representa uma excelência moderada na qualidade dos serviços prestados;
- 3º nível: operadoras com uma nota final de pelo menos 70 pontos, mas abaixo de 80.
O tempo de validade da acreditação antes era de 2 a 4 anos. Já com a RN 507 os níveis 3 e 2 terão a validade de 2 anos. A validade para o nível 1 será de 3 anos.
Você sabe qual é o nível da sua operadora? Confira aqui.
Acreditação hospitalar
A acreditação hospitalar é um método de avaliação que comprova a segurança e a qualidade da assistência, reconhecida e utilizada em todo o mundo como estratégia de melhoria contínua dos serviços. Além disso, é ratificada e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, assim como na maioria dos países, é um processo voluntário e reservado, sem caráter de fiscalização.
Apesar de extremamente importante para quem contrata um plano de saúde, a qualidade dos prestadores de serviços de saúde credenciados é pouco difundida e valorizada no Brasil. Dos mais de 6 mil hospitais no país, menos de 10% possuem alguma acreditação de qualidade, segundo levantamento realizado pela Anahp (Associação Nacional dos Hospitais Privados).
No Brasil, atualmente, existem seis metodologias de acreditação hospitalar, sendo uma
nacional, a Organização Nacional de Acreditação (ONA), e cinco internacionais: Agencia de Calidad Sanitaria de Andalucía (ACSA), American Accreditation Commission International (AACI), Joint Commission International (JCI), National Integrated Accreditation for Healthcare Organizations (NIAHO) e Qmentum International.
Possuir acreditação hospitalar é um critério de elegibilidade para ser um hospital associado à Anahp. Confira a lista dos associados clicando aqui.
Certificação de Boas Práticas
A Certificação de Boas Práticas em Atenção Primária à Saúde (APS) está entre as iniciativas da ANS voltadas para a adoção de boas práticas em gestão que incentivem ações de promoção da saúde e prevenção de doenças.
O programa, de adesão voluntária, propõe uma mudança no atual modelo de atenção na saúde suplementar, com base na coordenação do cuidado e da atenção primária como porta de entrada prioritária do sistema. A concessão do certificado é resultante do cumprimento dos requisitos pré-estabelecidos, devidamente certificados por entidades acreditadoras homologadas pela ANS.
Considerando a importância da certificação em APS, há uma fase que antecede a
sua solicitação, em que as operadoras de planos de saúde passam por uma fase de capacitação desenvolvida pela ANS em parceria com o Institute for HealthCare Improvement (IHI) e outras entidades.
A certificação APS é baseada nos pilares de estruturação dos cuidados primários em saúde: (1) porta de entrada do sistema; (2) longitudinalidade do cuidado; (3) alta coordenação do cuidado; (4) integralidade do cuidado; (5) heterogeneidade das demandas; (6) centralidade na família e (7) orientação ao paciente e à comunidade.
Clique aqui para obter informações sobre as operadoras de planos de saúde certificadas.
Conheça sua operadora
Agora que você já conhece os indicadores básicos de qualidade para avaliação do plano de saúde, mãos à obra! Como dissemos, ainda falta muito para que o setor alcance parâmetros de avaliação realmente efetivos, mas o que já está disponível é um bom começo.
Conheça sua operadora e seu plano e faça um benchmarking para buscar as melhores opções. Somente dessa forma você vai conseguir um bom custo-benefício para a sua empresa.
Fale com a Arquitetos da Saúde
A Arquitetos da Saúde é uma empresa que trabalha com consultoria para a gestão de planos empresariais, além de uma ferramenta de BI (Business Intelligence) voltada para o mercado de saúde suplementar.
Conheça nossos serviços e entre em contato se quiser saber mais