Em um mundo empresarial cada vez mais competitivo e voltado para a valorização do bem-estar dos colaboradores, a implementação e a administração eficaz de um plano de saúde empresarial se tornaram uma estratégia crucial para a retenção de talentos e a produtividade das equipes.
No entanto, tão essencial quanto a própria oferta do plano é a forma como ele é comunicado e gerenciado dentro da organização. A comunicação desempenha um papel fundamental na garantia de que os funcionários compreendam a extensão dos benefícios disponíveis, saibam como utilizá-los de maneira eficiente e se sintam valorizados pelo empregador.
Nesse contexto, este artigo explora a relevância da comunicação na gestão do plano de saúde empresarial, destacando como uma abordagem estratégica pode fortalecer a percepção dos funcionários sobre o compromisso da empresa com sua saúde e bem-estar, além de otimizar a utilização dos recursos do plano.
Ao entender os benefícios de uma comunicação clara e contínua, as empresas podem não apenas aprimorar a satisfação dos colaboradores, mas também maximizar o retorno sobre o investimento feito em saúde corporativa.
Relações de confiança
Quando falamos em comunicação, não nos referimos apenas às notificações sobre questões operacionais ou sobre o reajuste do plano de saúde. Falamos da necessidade de manter um contato ativo, efetivo e legítimo com as pessoas. Muitas vezes, iniciativas de gestão de saúde corporativa são vistas com desconfiança pelos colaboradores justamente porque a comunicação é pontual.
Um dos públicos com maior necessidade de comunicação ativa são os colaboradores que estão próximos da aposentadoria, com direito à extensão do plano de saúde. Para as empresas que lidam com este público, há sempre a preocupação com o passivo atuarial gerado pela contribuição menor ao plano na aposentadoria do que em relação aos seus gastos com saúde.
Empresas de capital aberto, inclusive, podem ser obrigadas a registrar contabilmente esse passivo em seus balanços. A comunicação com os beneficiários é, portanto, uma necessidade de construção ativa com visão de longo prazo e alinhada com a cultura organizacional.
Relação correta com o plano de saúde
É fundamental que o beneficiário do plano de saúde tenha consciência de suas ações e impactos para si e para a coletividade. A utilização correta e adequada do benefício de saúde é fundamental para a sustentabilidade do benefício e cabe à empresa orientar seus colaboradores com uma comunicação clara e objetiva sobre a utilização do plano.
Listamos alguns exemplos de orientações que não podem faltar aos beneficiários:
Declaração pessoal de saúde (DPS)
Há um questionário previsto na lei 9.656 e na regulação da ANS com informações sobre as condições de saúde auto informadas pelos beneficiários, em que é permitida a aplicação de carências ou cobertura parcial temporária para lesões pré-existentes. A omissão de informação sobre a existência de doença ou lesão preexistente da qual o beneficiário saiba ser portador no momento do preenchimento da DPS, desde que comprovada junto à ANS, poderá ocasionar a suspensão ou a exclusão do plano.
Assinatura de guias médicas
Antes de assinar guias médicas, confirme se os serviços citados referem-se exatamente aos procedimentos realizados evitando, inclusive, o aumento na sua coparticipação (quando existir). Em caso de dúvidas, peça esclarecimento ao seu médico.
Veracidade de reembolsos
Antes de dar entrada em pedidos de reembolso de exames e procedimentos, verifique se o que consta nos documentos refletem o que foi realizado, evitando cobranças indevidas .
Extrato de utilização
A conferência de seu extrato de utilização é extremamente importante para garantir que não haja a cobrança por um serviço não realizado, bem como evitar que você seja cobrado por uma parcela da despesa caso a sua empresa adote a coparticipação.
Um recibo por consulta
Contratualmente, os reembolsos de consulta têm um teto máximo. A divisão de recibos, ou seja, quando um único ato médico é cobrado como dois atendimentos, constitui fraude conforme previsto no Código Penal Brasileiro.
Uso racional e cuidado consciente
Dicas sobre o cuidado consciente da saúde do colaborador e seus dependentes é um papel secundário do empregador, pois essa responsabilidade será sempre do indivíduo. Sem programas de saúde estruturados na empresa, é difícil trabalhar a conscientização apenas com comunicação, mas ao mesmo tempo é necessário se posicionar.
Algumas empresas possuem ambulatórios que podem contribuir e reforçar para a cultura do uso consciente, mas independente de ter ou não este recurso, alguns assuntos para a comunicação do cuidado consciente seriam:
- Incentivo a hábitos saudáveis;
- Busca por um médico de confiança;
- Utilização criteriosa do pronto-socorro;
- Organização do histórico clínico e resultados de exames;
- Eleição dos recursos referenciados e seus procedimentos credenciados;
- Necessidade de se comunicar com os potenciais aposentados.
Como se comunicar?
Isso vai depender muito da empresa, seu porte, estrutura e cultura organizacional. De modo geral, essa comunicação pode ser feita individualmente (dependendo do caso), palestras e reuniões, por informativos e banners ou por meios eletrônicos (intranet e newsletter).
A melhor forma deve ser estabelecida de acordo com as possibilidades à mão do gestor. Mas o que importa mesmo é o conteúdo, que deve ser claro, direto e transparente.
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