O Brasil encerrou o ano de 2021 com cerca de 48,6 milhões de beneficiários em planos de assistência médica. Segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Em novembro, o número era de 48.687.504, o maior registrado desde o início de 2016.
O número representa um acréscimo de 1,6 milhão de beneficiários desde o começo de 2020 – quando teve início a pandemia da COVID-19 e a crise provocada pelas medidas de restrição no Brasil e no mundo.
Ou seja: mesmo com a economia em queda e o desemprego, as pessoas não deixaram de contratar planos de saúde – muito pelo contrário. A corrida em busca do benefício é um reflexo da preocupação com a COVID-19, que pelo jeito permaneceu viva mesmo com o avanço da vacinação durante o ano passado.
Como avaliar o cenário
Mas, afinal, o que significa esse aumento em termos práticos e como os atores do sistema de saúde suplementar (operadoras, corretores e prestadores de serviço) podem se beneficiar do aumento?
Há alguns pontos sobre os quais se debruçar.
Os contratos que mais aumentaram foram os coletivos empresariais. Quer dizer: os contratados por pessoas jurídicas para seus funcionários. Eram 31,4 milhões de beneficiários neste modelo no início da pandemia e 33,3 milhões em novembro do ano passado. Um aumento de 6%.
Mas… Em 2021, o desemprego atingiu 13,5% da população economicamente ativa, o maior nível desde que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) iniciou as medições, em 2012. Então, como a contratação de planos empresariais aumentou?
Contratação a conta-gotas
A análise mais acertada é a de que aumentou a contratação de planos empresariais por pequenas empresas e MEIs (microempreendedor individual), que usam seus CNPJs para conseguir planos com preços melhores para suas famílias.
Foi esse movimento que sustentou o aumento de beneficiários nos anos da pandemia de COVID-19 no Brasil. Mas tem mais.
É preciso lembrar que o número de contratos individuais (contratados por pessoas físicas) caiu deste o início da pandemia. Foram 105 mil a menos no período, uma queda de 1,17%. Faz sentido imaginarmos que esses beneficiários migraram para os planos empresariais, mas esse número é muito pequeno para justificar um aumento tão significativo na modalidade empresarial.
Conclusão
O que queremos dizer é que o brasileiro literalmente rebolou para contratar ou manter seu plano de saúde nos últimos 2 anos. Fez contas, economizou, reviu prioridades, pechinchou. Colocou a saúde dele e de sua família no topo da lista de desejos de consumo.
E é hora das operadoras e prestadores de serviço observarem esse esforço com atenção. Como? Adequando seus produtos a essa nova realidade, investindo para atrair esse novo público e tentando gerar valor para que ele permaneça sendo um cliente.
A “macrogestão” da saúde suplementar nunca é simples, seja para operadoras ou para prestadores de serviço. Costumamos usar aqui o termo “guerra de trincheiras”, uma disputa intensa para reduzir perdas.
Mas, observando o cenário atual, é possível traçar um caminho para o futuro próximo: a economia dá mostras de que vai continuar patinando e a VCMH (Variação do Custo Médico-Hospitalar) deve ser alta este ano. Mesmo assim, ainda tem bastante gente disposta a entrar na saúde privada. Que tal olhar mais para elas?
Fale com a Arquitetos da Saúde
A Arquitetos da Saúde é uma empresa especializada em serviços de consultoria para gestão de planos de saúde em empresas. Também atuamos com uma ferramenta de BI (Business Intelligence) que compila dados da ANS, além do curso para gestores e corretores aprenderem a lidar melhor com este mercado.
Entre em contato para saber mais!