A gestão do plano de saúde empresarial tem uma série de atribuições que são ignoradas pela falta de estrutura, condições ou conhecimento para atendê-las. E uma delas é a elaboração de um perfil dos beneficiários.
Conhecer o público atendido pelo plano de saúde contratado pela empresa é importante para saber, em primeiro lugar, se o produto está adequado às pessoas atendidas por ele. A partir daí, é possível identificar se as coberturas, abrangência e demais condições do plano estão adequadas e se a empresa está com o plano certo – inclusive com o alinhamento de gastos com a contratação.
Neste texto, falamos sobre a importância de conhecer o perfil do beneficiário, como obter e acessar dados sem ferir a legislação e o que fazer com as informações para uma gestão mais eficiente do plano de saúde.
Tratamento de dados e LGPD
Para conhecer o perfil de qualquer grupo de pessoas, é preciso analisar dados dos indivíduos que o compõem. E, no contexto empresarial, é necessário apresentar alguns dedos de prosa sobre a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Como esse não é o objetivo primordial deste texto, tentaremos ser rápidos. De modo geral, a LGPD exige que sejam coletados apenas os dados necessários para finalidades específicas e legítimas, garantindo a transparência e o consentimento dos funcionários, especialmente para dados sensíveis (como informações de saúde).
É importante implementar medidas de segurança para proteger os dados, restringir o acesso a eles e garantir a eliminação segura quando não forem mais necessários.
Além disso, os funcionários têm o direito de acessar e corrigir seus dados, bem como revogar consentimentos. Os gestores devem também capacitar a equipe sobre a importância da proteção de dados e nomear um encarregado de proteção de dados para supervisionar a conformidade com a LGPD e atuar como ponto de contato com a autoridade nacional de proteção de dados.
Importância do perfil
É crucial que gestores conheçam o perfil dos beneficiários de planos de saúde empresariais por várias razões. Elencamos as principais:
- Compreender o perfil de saúde dos funcionários permite que os gestores escolham planos de saúde mais adequados e customizados às necessidades específicas da força de trabalho.
- Conhecer o perfil dos beneficiários ajuda na negociação com as operadoras para obter melhores condições e coberturas que realmente atendam às necessidades dos funcionários. Isso pode levar a uma gestão mais eficiente dos custos com saúde, evitando a contratação de coberturas desnecessárias ou subutilizadas.
- Planos de saúde que atendem de maneira eficaz às necessidades dos funcionários são um fator importante de satisfação. Funcionários que se sentem cuidados pela empresa tendem a ser mais leais e engajados, o que pode contribuir para a retenção de talentos.
- O conhecimento do perfil dos beneficiários também ajuda a identificar tendências de saúde que podem se manifestar no futuro, permitindo que a empresa tome ações proativas, como ajustes nos planos de saúde e iniciativas de bem-estar.
Como elaborar o perfil dos beneficiários?
Um bom começo pode ser a ficha de anamnese preenchida pelos funcionários para o plano de saúde – que é obrigatória. Nesse sentido, é importante alertar os beneficiários sobre o correto preenchimento do questionário, sem omissão de informações, sob risco de penalidades por parte da operadora no futuro.
A ficha de anamnese geralmente contém informações detalhadas sobre a saúde dos funcionários, incluindo histórico médico, condições de saúde preexistentes, hábitos de vida e fatores de risco. Analisando esses dados, os gestores de RH podem identificar padrões e tendências de saúde entre os funcionários.
Com base nas informações coletadas, os gestores podem categorizar os funcionários em diferentes perfis de saúde. Por exemplo, podem identificar grupos com alto risco de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, ou funcionários com hábitos de vida saudáveis.
Outra opção é o próprio gestor elaborar um formulário com foco em informações e hábitos de saúde dos funcionários. Neste caso, busque sempre a orientação do Departamento Jurídico e o alinhamento com as premissas da LGPD, como já dissemos acima.
O foco é a prevenção
Com todos os passos corretamente realizados e as informações de saúde dos beneficiários em mãos, o que fazer com elas?
Com base nas informações coletadas, os gestores podem categorizar os funcionários em diferentes perfis de saúde. Por exemplo, podem identificar grupos com alto risco de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, ou funcionários com hábitos de vida saudáveis.
Dessa forma, os gestores podem desenvolver e implementar programas de prevenção direcionados. Por exemplo, se um número significativo de funcionários apresenta fatores de risco para doenças cardíacas, a empresa pode oferecer programas de controle de peso, nutrição, e exercícios físicos.
Os dados podem, ainda, ajudar a planejar campanhas de conscientização sobre saúde e bem-estar, focadas nas necessidades específicas dos funcionários. Isso pode incluir palestras, workshops, e distribuição de materiais educativos sobre prevenção de doenças, alimentação saudável e a importância de atividades físicas.
Os gestores também podem usar as informações para monitorar a eficácia dos programas de prevenção e ajustar as políticas conforme necessário. Isso pode incluir avaliações periódicas de saúde, consultas com profissionais de saúde e feedback contínuo dos funcionários.
Procure ajuda
Sabemos bem que a posse de informações – ainda mais em larga escala – para a elaboração de perfis de beneficiários não é tarefa fácil. E nós podemos ajudar.
A Arquitetos da Saúde é uma empresa que trabalha com consultoria para a gestão de planos empresariais, além de uma ferramenta de BI (Business Intelligence) voltada para o mercado de saúde suplementar.
Entre em contato se quiser saber mais.